
Entre as etapas fundamentais da gestão de um negócio está em destaque a organização financeira.
Indispensável para a continuidade da atuação do negócio, esse sistema deve ser elaborado de forma a contemplar todas as características do negócio. É o que vai permitir o funcionamento correto da empresa ou, se feita de maneira equivocada, impactar negativamente nos resultados.
Por isso, todo esse processo exige muita disciplina do gestor do empreendimento, para que se possa evitar prejuízos futuros causados pela falta de um planejamento prévio bem feito.
Como organizar o dinheiro da sua empresa?
Uma estrutura financeira bem organizada diminui drasticamente os riscos de surpresas futuras não tão agradáveis. Então, trouxemos algumas dicas que podem ajudar o empreendedor a fazer da organização financeira um hábito.
*As dicas abaixo foram elaboradas a partir do conteúdo presente no vídeo ‘Como fazer gestão financeira e empresarial’, veiculado no Canal do YouTube do Sebrae Mato Grosso do Sul, com a participação do empreendedor Gustavo Cerbasi, referência em educação financeira no Brasil.
1. Fazer um bom planejamento
Ao elaborar um plano de negócios bem detalhado você pode contar com a possibilidade de usá-lo como um mapa do caminho a ser percorrido em relação a todas as etapas do seu negócio.
É essa noção estrutural que vai indicar em que você pode e/ou deve aplicar o seu capital, por exemplo. Geralmente, a falta desse estudo e do planejamento faz com que as pessoas se equivoquem nas escolhas, mesmo as mais simples, para suas empresas.
2. Investir de forma adequada
Procurar sempre fazer investimentos na medida certa é uma condição para que o empreendimento possa ter um bom andamento. É preciso ter cuidado com o investimento exagerado em apenas um setor do seu negócio.
Não raro, os problemas mais comuns, como as dívidas, surgem como resultados de investimentos mal feitos, ou seja, que não foram bem calculados e pensados.
Quando o capital é superdimensionado ou super alocado (quando é investida uma grande quantia em apenas um local) em lugares que não precisam dessa ação no momento, o funcionamento do negócio pode oscilar com frequência.
Ter um planejamento prévio é importante para saber que ações você precisará tomar. A aplicação do capital de maneira recorrente em lugares que não pedem esse investimento acaba gerando a falta de dinheiro em setores fundamentais do dia a dia.
3. Saber diferenciar empréstimo e financiamento
Essa dica fala da atenção necessária para entender as finalidades de cada um desses contratos.
Muitas vezes, por não saber a diferença entre empréstimo e financiamento, o empreendedor acaba utilizando esses recursos disponíveis no mercado de forma equivocada.
Erros gerados pela pressa que vem da vontade (ou necessidade) que as pessoas têm de expandir sua atividade simplesmente pela possibilidade de ter mais dinheiro em caixa. Acabam optando por um quando a melhor escolha teria sido o outro. Isso pode acabar em falhas nos gastos mais básicos.
4. Estabelecer um limite entre a vida pessoal e o empreendimento
É comum que famílias que empreendem insistam em misturar suas finanças com as de seus negócios, colocando suas contabilidades, cheques e contas em uma mesma categoria.
Não é difícil perceber que é complicado dissociar completamente os dois domínios, principalmente quando o negócio é pequeno ou está apenas no início. Mas é necessário que haja um esforço para manter um controle financeiro rígido: saber claramente qual dinheiro é qual.
Isso é básico para que se possa ter uma noção precisa do andamento do negócio, saber se ele é rentável, se gera bons resultados e se já é autossuficiente, ou seja, se pode buscar recursos nele mesmo para crescer.
A família só poderá retirar do seu negócio o que estiver previsto, o que estiver previamente planejado como possível retirada.
5. Separar empresa de família
Essa dica é um complemento da anterior, reforçando a ideia de tentar tratar a empresa de forma isolada da família. O máximo possível.
Deve existir, além da separação das finanças, o controle financeiro dos dois setores e o entendimento de como serão feitos os investimentos. O negócio, que gera receitas, deve, antes de tudo, pagar suas próprias contas.
Aqui, o lucro não é o resultado empreendedor, o lucro é um elemento que deve ser analisado separadamente para que o empreendedor saiba quanto dele vai ser direcionado à expansão e melhoramento do negócio, e quanto poderá ser retirado para uso familiar.
Normalmente, empresas que estão começando devem ter a maior parte do seu lucro reservada para seu crescimento, para corrigir erros comuns em trajetórias que estão apenas no início e para arrumar descuidos próprios de empresas ainda pouco amadurecidas.
Conclusão
Por último, lembre-se de que o controle financeiro deve ser uma prioridade na gestão do seu negócio.
O planejamento e análises constantes fazem com que imprevistos futuros e as incertezas do mercado possam ser superados a partir de uma percepção concreta das capacidades do negócio.