A internet tem se destacado a cada dia como uma ferramenta de impacto profundo na estrutura da atividade econômica no geral, fato que é visto nitidamente nas mudanças de comportamento dos consumidores em relação as compras.

Existem empresas que possuem resultados que são impulsionados por avanços em diversos setores do comércio eletrônico. Há outras que além de serem impactadas por esses avanços, influenciam de maneira significativa na dinâmica e evolução de um setor inteiro.

Este é o caso da Amazon, pois suas ações e contribuições para integração de mercados é de enorme relevância, causando não apenas uma grande influencia no mundo de comércio eletrônico, como também um significativo impacto em lojas do varejo offline.

Como a Amazon funciona no exterior e no Brasil?

A Amazon é uma empresa que foi criada em 1994, por Jeff Bezos. O empresário decidiu inicialmente ter como negócio, uma plataforma online na qual fossem vendidos e distribuídos livros.

O negócio cresceu e hoje figura entre as maiores empresas do mundo, oferecendo praticamente todos os tipos de produtos e serviços, que vão de streamings, a Amazon Prime, até peças de vestuário. Está no Brasil desde 2012.

As estratégias usadas pela Amazon fazem com que a empresa consiga absorver uma parte considerável do mercado, enquanto gera oportunidades para outros empreendedores ao funcionar também como marketplace e disponibilizar soluções inovadoras.

Como uma das maiores empresas do mundo em valor de mercado, hoje ela é responsável por aproximadamente 50% de tudo o que é vendido online nos EUA. Isso significa que de cada 1 dólar gasto no e-commerce americano, cerca de 0,50 centavos de dólar é comercializado na plataforma da Amazon.

Estes números incríveis cria um efeito cíclico onde mais empresas procuram a Amazon para vender seus produtos online, e isso faz com que ela tenha cada vez mais produtos disponíveis em seu marketplace, consequentemente aumentando a competitividade entre os vendedores e proporcionando melhores preços para os clientes, que vão lembrar de Amazon sempre que precisarem de algum produto, fazendo com que ela venda mais e todo o ciclo se inicie novamente em um looping infinito.

Toda a experiência de mercado é necessária para fazer com que a Amazon tenha um desempenho semelhante ao que possui nos EUA no Brasil. As diferenças entre o e-commerce estrangeiro e o brasileiro incluem a complicação de fatores burocráticos e da logística de entregas, por exemplo.

Não ter pontos físicos no Brasil é uma questão que se destaca entre os desafios que precisa superar, já que a presença física tem um papel importante na competitividade do negócio em relação a outros concorrentes tão bem estabelecidos no território nacional.

Outras dificuldades são: adaptar-se às normas fiscais brasileiras, acompanhar regras do varejo que mudam a todo o tempo e superar uma concorrência difícil. No Brasil, ainda, a Amazon tem se deparado com consumidores que resistem a mudanças quando já têm um negócio preferido e a lojas que oferecem uma grande variedade de serviços e produtos.

O que é o Efeito Amazon?

Devido o tamanho que a empresa atingiu no mercado, uma de suas características mais marcantes são quantidade e o uso estratégico que a Amazon faz de todos os dados que possui, utilizando-os para crescer ainda mais suas frentes de negócio.

A empresa tem a preocupação de inovar constantemente seus produtos e serviços e entregar uma experiência única de consumo para seus clientes. Seu caráter diverso consegue estruturar e conduzir negócios a direções específicas.

O Efeito Amazon pode ser traduzido como uma série de impactos causados em outras empresas online ou offline, gerados por uma performance impecável da Amazon e um domínio de uma fatia cada vez maior do varejo.

Por consequência de um mercado online que cresce ano após ano, somado a eficiência e performance da Amazon no e-commerce, cada vez mais pessoas passam a comprar no varejo online, causando o fechamento de lojas físicas, que assistem suas vendas diminuírem ano após ano, até chegar ao ponto de não ser mais viável manter as portas abertas.

Segundo a Coresight Research, o efeito Amazon resultou diretamente no fechamento de mais de 12 mil lojas físicas americanas no ano de 2019. Ainda naquele ano de 2019, o banco de investimento UBS já previa que, se o ritmo do e-commerce se mantiver, outras 75 mil lojas físicas podem apagar as luzes até 2026. Porém como todos viram, em 2020 houve um salto significativo das vendas online devido a pandemia, o que pode agravar ainda mais estes números.

O efeito Amazon já chegou ao Brasil?

O Brasil não tem um único grande player que domina o e-commerce, como ocorre com a Amazon nos Estados Unidos. Isso faz com que qualquer movimento seja um pouco mais demorado. Porém é notório que o varejo dos países desenvolvidos esta sendo remodelado, e isso pode acelerar que esse movimento crescente do mundo online acelere por aqui. O efeito Amazon tem esse poder, mas ainda é uma lógica recente no Brasil.

A relevância e impacto que a Amazon tem nos EUA não são os mesmos por aqui, até o momento. O que não impede, a exemplo dos EUA, que as empresas não devam se preparar para essa recente realidade de mercado.

A Amazon encontra muitos desafios no Brasil. Por isso esse modelo de negócio chega de uma forma muito diferente ao país. Mas mesmo dentro de um cenário tão particular quanto a do mercado brasileiro, a empresa aparece como uma ameaça para lojas tradicionais que não diversificarem seus canais de venda.

Esse efeito tem como última consequência o fechamento de lojas. E, além de tudo, é um fenômeno que pode ser acelerado pela pandemia.

Muitos empreendedores podem falhar em seus negócios se não forem capazes de fazer o movimento de transição de uma loja física para uma online, apesar de essa também não ser uma garantia incontestável de sucesso. Fato é que o e-commerce cresce dois dígitos ao ano e os consumidores estão cada vez mais no mundo online.

Como o varejista brasileiro pode evitar o Efeito Amazon?

  • Empreender nesse mercado nem sempre significa ter a Amazon como concorrente direta. Mas com essa ideia de ameaça sendo discutida com tanta frequência é interessante pensar em estratégias de convivência "pacífica" com a Amazon e grandes empresas de e-commerce;

  • Isso pode ser feito tornando o acesso online de seus produtos ou serviços, para que os clientes possam acessar quando e onde quiserem;

  • Vale também enfatizar as características únicas da sua marca, seus produtos ou serviços, para que possa se diferenciar de grandes marcas que só vendem online;

  • O número de vendas online tem crescido muito. De acordo com o SpendingPulse, índice da mastercard que pretende rastrear as vendas no varejo, o e-commerce chegou a representar 11% das vendas do varejo em 2020.

Ou seja, todas as estratégias de vendas demandam uma presença no espaço digital, onde os clientes estão.

Published On: jun 29, 2021 / Categories: Negócios, Planejamento, Tendências / By /

E-commerce na prática

Inscreva-se e receba o melhor conteúdo da Tutto Blog diretamente em seu email

Ao se inscrever, você concorda com a nossa Política de Privacidade